terça-feira, 11 de novembro de 2008

Frevo vira atração diária no Recife

Mesmo fora do carnaval, é possível apreciar a dança em shows itinerantes. Público vai ao delírio e se encanta com a destreza dos bailarinos que se apresentam em calçadões e praças da capital pernambucana
Estado de Minas
Jacqueline Maia/DP/D. A Press
Os movimentos acrobáticos dos dançarinos hipnotizam os presentes nos shows diários na Praia da Boa Viagem e no Marco Zero
Nada é mais pernambucano do que o frevo. A dança frenética surgiu no fim do século 19 em Recife e até hoje é um dos principais atrativos da capital. A associação com a região é tão instantânea que os pequenos guarda-chuvas coloridos fazem lembrar de imediato o carnaval do estado.

Mas não é somente nesta época que a festa aparece por lá. Sucesso absoluto desde 2007, o Todo dia é dia de frevo, projeto que foi uma iniciativa da prefeitura, já fez com que os turistas pudessem aproveitar mais de 1,5 mil horas da dança. "É uma recepção para os visitantes e uma forma de colocar nosso produto, o frevo, na prateleira", afirma Ernani Macena, coordenador de programação cultural do projeto Ano do turismo. "O foco é nos turistas que querem conhecer o frevo e não têm a oportunidade de vir à cidade no carnaval", explica.

O maestro Evanildo Maia também acredita que a iniciativa promove a cultura local. "O principal é mostrar o frevo, tanto como música quanto dança", explica. As apresentações acontecem das 8h às 11h e das 19h às 21h e são itinerantes. No calçadão da Praia da Boa Viagem, por exemplo, os shows ocorrem nos lugares mais variados ao longo de seus sete quilômetros. "O público gosta muito e fica sempre pedindo mais", diz a maestrina da Orquestra 100% Mulher, Carmem Pontes. A orquestra tem 17 componentes e um variado repertório, que inclui cirandas e maracatus. "Antes disso era difícil ver uma apresentação e aprender a dançar", relata.

Para formar a Orquestra 100% Mulher e acabar com a hegemonia masculina no frevo, Pontes teve que procurar membros em escolas de música e igrejas. Hoje, ela recebe ligações de pessoas buscando vagas para o grupo. No carnaval, pelo maior número de shows, a quantidade de componentes aumenta para 27.

Uma companhia com dançarinos especializados em dançar frevo participa de todas as apresentações. O maestro Evanildo Maia conta que os dançarinos são o principal atrativo. "O local fica cheio, o pessoal interage, fica curioso se diverte muito", afirma. O Todo dia é dia de frevo acontece pela manhã no Marco Zero de Recife e à noite no calçadão da Praia de Boa Viagem. "É impressionante, os turistas pedem para o ônibus parar e descem para acompanhar a festa", anima-se o maestro. Os turistas brasileiros são predominantes entre o público. Outro benefício do maior número de apresentações é que os músicos treinam mais e aumentam a inclusão do frevo na cultura dos jovens da cidade.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A 70 quilômetros do Recife.


http://www.destinoportodegalinhas.com.br/imagens/solar-porto-de-galinhas/home-solar-porto-de-galinha-01.jpgPorto de Galinhas é uma conhecida praia do nordeste brasileiro. Sua fama se deve, principalmente, às belezas naturais: piscinas de águas claras e mornas formadas entre corais, estuários, mangues, areia branca e coqueirais. Localizada em Ipojuca, a 70 quilômetros do Recife, é uma das praias mais visitadas do litoral nordestino.

Antigamente, Porto de Galinhas era chamada Porto Rico, devido à extração de Pau Brasil, uma árvore que contém tinta vermelha. Quando os escravos chegavam para serem vendidos, vinham escondidos embaixo de engradados de galinhas d'angola. A chegada dos escravos na beira mar era anunciada pela senha "tem galinha nova no porto!". Por causa disso, Porto Rico ficou conhecida como Porto das "Galinhas". Daí surgiu o nome Porto de Galinhas.

Além de também ser freqüentada por turistas europeus (e grande parte dos brasileiros) que admiram muito a beleza da praia, Porto de Galinhas é também muito freqüentada por surfistas de Pernambuco, por ser um dos principais locais de surfe da região. Cupe, Muro Alto, Borete, Camarões e Maracaípe são alguns dos picos. Porto de Galinhas é também muito próxima da praia de Serrambi, outro pico de surfe famoso na região.


Carnaval

HISTÓRICO - O Clube de Alegoria Galo da Madrugada, foi criado em dezembro de 1977, numa reunião de amigos do bairro de São José no carnaval. O assunto primordial era a diferença entre os carnavais antigos e o atual (daquela época). Segundo Enéas Freire, presidente perpétuo da agremiação a idéia inicial foi de se formar um clube de frevo. O clube foi fundado oficialmente em 24 de janeiro de 1978, na Rua Padre Floriano, 43, no bairro de São José, O seu principal objetivo é reviver as verdadeiras origens e tradições do carnaval de rua. Para isso, O Galo convoca e congrega todos os seus foliões em um grandioso e sensacional desfile, através das manifestações mais espontâneas e populares, unindo clubes de frevo e grupos de mascarados, nessa grandiosa festa que se realiza todos os anos com êxito.

O desfile do Galo da Madrugada vem sendo realizado todos os anos na manhã do sábado de Zé Pereira. Por tradição, O Galo começa a concentração deste dia, a partir das 5:30 da madrugada, com toques de clarins anunciando a alvorada do carnaval pernambucano, além de uma batalha de confetes, serpentinas e uma salva de fogos, O Galo desfila pelos bairros de São José e Santo Antônio, reverenciando o frevo, juntamente com milhares de foliões.

Vários blocos se aliam a grandiosa festa, na véspera da saída do Galo. O Bloco Azulão, formado por funcionários do Bandepe (Banco do Estado de Pernambuco), realizam um Acorda Povo na noite de sexta-feira para a madrugada de Zé Pereira. Outros blocos e grupos aderem ao cortejo no final do desfile do Galo, como: O Rabo do Galo, a Galinha do Galo, entre outros.

O Galo da Madrugada é considerado o Maior Bloco Carnavalesco do Planeta, conforme o GUINESS BOOK, o livro dos recordes, de 1995. http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2008/02/129_230-galo.jpg

Uma das mais belas cidades do Brasil!

Recife é a cidade. O povo? Negros, índios, e uma pitada de europeus - a cidade foi colonizada por holandeses, há mais de 450 anos. O cenário? Varia de igrejas a feiras de artesanato, de grandiosos fortes a praias naturalmente exuberantes, de casarões a museus, o que faz com que o número de atrações seja enorme. O resultado de toda essa mistura? Um dos mais belos lugares do Brasil, com lindas praias, tradições interessantes, e acima de tudo muito som e alegria. O município recebeu o nome de Recife por conta de sua costa, que é toda preenchida e decorada com recifes de corais, mas também é conhecido como a "veneza Brasileira".


Coqueiros em uma das belas praias de Recife.

Uma dica para começar bem a sua estadia em Recife é não deixar de lado um bom passeio pelas calmas praias cheias de corais. Comece pela praia de Boa Viagem. As águas são divididas, pelos recifes de corais e a coloração é incrivelmente bela. Seguindo para o sul da cidade, mais afastadas do centro, temos as praias de Gaibú e Pedra do Xaréu. Não muito longe fica uma das mais conhecidas, a praia de Calhetas, que é ideal para quem gosta de águas mornas - aproveite o dia se espreguiçando ao sol.

Descendo mais um pouco, chega-se às praias de Tamandaré e Carneiros, sendo esta segunda muito elogiada por seus coqueiros que lhe conferem um charme todo especial. Preste atenção para não deixar a fome apertar, pois dependendo da época os únicos dois restaurantes existentes em Carneiros só abrem nos finais de semana.



Praia de Carneiros

As pessoas se divertem na grande festa do frevo.


Aproveite para comprar cerâmicas, couro, madeira, tapetes, rendas, palhas, e esculturas monumentais. Se você gosta de música e de dançar não deixe de cair na folia ao som do maracatu ou do frevo, duas danças carnavalescas regionais típicas do estado de Pernambuco.

Mas você deve estar se perguntando "E os museus, casarões, fortes, igrejas e tudo mais?". Eles são inúmeros e é claro que também merecem uma visita pois contam um pouco da história e de fatos por lá passados. Ao cair da noite as atividades não acabam: no bairro do Recife Antigo, visite os casarões no estilo do éculo XVII, lá também pode-se encontrar bares, restaurantes, teatros e casas noturnas, principalmente na Rua Bom Jesus. Para uma noite popular e sofisticada ao mesmo tempo, visite o Pólo da Pina.

Animação e história se encontram aqui!

Recife é cheia de vida e de atrações, e como grande parte das cidades nordestinas possui traços fortes e características marcantes. A diversidade encontrada na cultura é surpreendente, assim como a alegria de viver da população, que recebe calorosamente os turistas com grandes festas e atrações. Cenário marcante, as pontes que cortam os rios do local lhe conferiram a fama de "Veneza brasileira". Entre as atrações principais da capital pernambucana está a praia de Boa Viagem, que possui 7 km de extensão e é considerada uma das mais belas praias urbanas do país. A tradição e cultura local estão presentes nas igrejas e nos diversos museus, além das construções da parte antiga da cidade. Além das atrações, Recife promove diversos eventos e festas para todos os gostos e tribos durante todo o ano. Imperdível!

Revolução urbana

O núcleo primitivo urbano da Cidade nasceu com o Porto do Recife e era constituído originalmente por conjunto de estreitas ilhas e camboas, resultantes das ações de depósito trazidos pelos rios e pelas correntes marítimas e do aterro de manguezais, em diversos momentos da história. A ocupação, restrita a uma pequena povoação, era feita por marinheiros, carregadores e pescadores, morando em casas de palha na extremidade sul da península. A constituição desta Vila é registrada já em 1537.

Até a chegada dos holandeses (1630), Recife dependia de Olinda - local de moradia da aristocracia do açúcar. Os invasores preferiram se estabelecer nas terras baixas do Recife, seja porque o sítio de Olinda não favorecia aos seus interesses militares e comerciais, seja pela semelhança do sítio do Recife com as terras da Holanda. A ocupação foi sendo feita por soldados, colonos, habitantes de Olinda (incendiada pelos holandeses) e por imigrantes judeus.

A intervenção holandesa (1637-1654) foi um fator decisivo para o direcionamento dos três eixos de urbanização da parte central do Recife, com a construção de fortes e redutos para impedir os ataques por terra e, também, através da intervenção planejada de Maurício de Nassau. O primeiro eixo seguiu em direção ao norte do bairro do Recife, no caminho para Olinda, onde atualmente, encontra-se a Fortaleza do Brum e a fábrica de biscoitos Pilar. O segundo eixo, atravessou o rio Capibaribe e ocupou a ilha de Antônio Vaz, atuais bairros de Santo Antônio e São José. Ainda durante século XVII, construiu-se a Fortaleza das Cinco Pontas e a ligação por dique, deste forte ao "Aterro dos Afogados", atual rua Imperial. O terceiro, configurou-se nos meados do século XVIII a partir da implantação do aterro da Boa Vista, na margem esquerda do Capibaribe, contornado a rua da Imperatriz e, na parte mais firme, o bairro da Boa Vista.

Cabe ressaltar que, em paralelo aos eixos, os aterros contribuíram para ampliar a área construída das ilhas do Recife e de Antônio Vaz; dos arredores do Cabanga, da Boa Vista, dos Coelhos e da Ilha do Leite; bem como dos dois lados da bacia do Pina e nas imediações da área portuária.

Deve-se ressaltar a importância das intervenções públicas, que modificaram as paisagens, nos séculos passados. Não se pode esquecer a pioneira intervenção planejada a partir do plano Pieter Post encomendada por Nassau e parcialmente executada na Ilha de Antônio Vaz (bairro de São José). Em meados do século XIX, foram as reformas do Conde da Boa Vista; no início do século XX, Sigismundo Gonçalves, no bairro do Recife. Estenderam-se estas intervenções, nas décadas de 40-50, com a abertura das avenidas Guararapes e Conde da Boa Vista, chegando ao prolongamento da abertura da avenida Dantas Barreto nos bairros de São José e Santo Antônio ocorrida na década de 70.

A cidade do Recife, mais especificamente, o bairro do Recife foi se especializando, a partir dos holandeses, como centro comercial, intermediando a circulação de mercadorias em função da presença do porto e dos judeus, comerciantes por excelência. Surgiram sobrados com o comércio localizado no térreo e a moradia nos andares superiores. Com a especialização cada vez maior do centro (setor de serviços e bancário) a população foi deixando o centro como lugar de moradia; São José que era habitado pela classe média na década de 30-40, passa pela deterioração das habitações, surgimento de cortiços e pensões e depois, estabelecimentos comerciais; o bairro do Recife, no início do século XX já apresentava alto grau de especialização, como local portuário e entreposto comercial. Nos outros bairros, continuou a predominância da função residencial, inclusive para a população de baixa renda - os mocambos se faziam presentes em toda cidade.

A mudança de uso, de habitação para comércio e serviços, iniciada no começo do século XX no bairro do Recife, continua em meados do século em São José e Santo Antônio, se intensifica na década de 60 na Boa Vista e Santo Amaro e agora mais recentemente na Ilha do Leite.